
Antes da cervejaria existir, antes do pub abrir, antes da Stannis ser eleita a melhor cervejaria de médio porte pelo Brasil Beer Cup ou ainda a mais premiada do Brasil no World Beer Awards, tudo era feito na garagem da Dona Amélia. Se você já conhece a Stannis, certamente irá reconhecer este nome. Caso contrário, pode ficar tranquilo, a gente te apresenta.
Amélia é daquelas pessoas que acalmam qualquer um com sua doçura. Voz serena, semblante sábio e abraço apertado, carrega no olhar a paciência e empatia de quem já viveu muitas vidas em silêncio, mas nunca se calou para trazer uma palavra de otimismo ou um conselho para quem busca por ela. Amélia guarda conhecimentos que até o conhecimento desconhece, mas que todos confiam. Mulher, sacerdotisa, amiga, guerreira, resiliente, uma pessoa fantástica. Ah, e também é mãe do Denis, o China. Foi na sua casa que a Stannis nasceu.
Primeira Stannis
A história da Cerveja Stannis se mistura com a do Stannis Pub mas tudo começa com a união de Jorge Braier e Denis Torizani, dois empreendedores inquietos e com a vontade incontrolável de entregar muito mais que rótulos premiados.
Nos fundos da casa da Dona Amélia existe até hoje um jardim lindo, repleto de ervas e temperos, uma área de festas coberta com pia e banheiro, além de uma mesa de madeira. Essa foi a primeira Stannis. Foi nessa mesa de madeira que Amélia viu as panelas de fervura das cervejas produzidas por Jorge e Denis aumentarem de tamanho. Primeiro eram 5L, depois 10L, 15L… Até chegar a 100L. Foi nesta mesa que, no fim de tarde quando chegava do trabalho, Amélia encontrava Jorge e Denis ainda revirando água, malte, lúpulo e levedura. Nesta mesa que, algumas vezes no fim de tarde os dois aguardavam Amélia já com o café passado e também foi essa mesa que também quase pegou fogo. Mas é outra história.
Amélia sempre incentivou os dois. As vezes ela acreditava até mais que eles. No início, em meio à ânsia de conseguir iniciar um sonho de ampliação, Denis chegou até um possível empréstimo bancário que, prontamente seria endossado pelo único bem que Dona Amélia dispunha: sua casa. Ela ofereceu de bom grado as chaves acreditando no sonho da Stannis. Por que? Por que não? “Eu sempre acreditei, eu tinha certeza” diz Dona Amélia.
Sua ajuda sempre esteve presente, sua calma sempre acalentou o coração no fim do dia, sua casa foi nossa casa desde o começo. Como agradecer tanta generosidade? Que tal batizar uma cerveja com seu nome? É isso! Assim nasceu a Amélia. Uma cerveja que vale ouro. A Gold Amélia.
O pub e o medo da Amélia
Mais tarde, com a abertura do Stannis Pub Jaraguá, a ideia sempre foi comercializar as próprias cervejas, uma ideia até então inexistente na região. E com esta ideia veio também o grande medo da Dona Amélia.
Denis trouxe muito das ideias que usamos no Stannis Pub da Irlanda. Hoje em dia, a palavra pub já está desgastada, mas no contexto geral engloba a localização ser indiscutivelmente em um porão. Logicamente, para a entrada, descer as escadas seria fácil. Mas e a saída? Como subir novamente, alguns copos de Gold Amélia depois? Essa era a preocupação da Dona Amélia com sua cerveja.
Nossa escada de saída escondia um grande medo da Dona Amélia.
A gente entende Amélia. Quem sabe o significado do nosso beija-flor entende nossa preocupação (comente abaixo se você sabe, se houver muita gente nós fazemos um post sobre ele). Adaptamos a quantidade de álcool na Gold Amélia e desde a abertura nunca tivemos nenhum acidente na escada do nosso porão.
Hoje, mesmo fora do pub, Dona Amélia segue acompanhando nossos passos — da evolução das receitas aos nossos posts nas redes sociais. E sim, sempre que alguém posta uma Gold Amélia, ela certamente sorri com um ar de quem já sabe que deu certo.
Porque, no fim das contas, o grande medo da Dona Amélia virou nossa maior segurança: a certeza de que quando se faz tudo com amor, cuidado e propósito, até os degraus mais difíceis se tornam parte da caminhada.
E cá entre nós… Subir a escada depois de uma Gold Amélia nunca foi problema, né? Difícil mesmo é ir embora do pub.
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